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Romantismo no Brasil

No Brasil, o momento histórico em que ocorre o Romantismo tem que ser visto a partir das últimas produções árcades, caracterizadas pela satírica política de Gonzaga e Silva Alvarenga, bem como as idéias de autonomia comuns naquela época. Em 1808, com a chegada da corte, o Rio de Janeiro passa por um processo de urbanização, tornando-se um campo propício à divulgação das novas influências européias; a Colônia caminhava no rumo da independência.

 


Gonçalves Dias

O Romantismo no Brasil

Após 1822, cresce no Brasil independente o sentimento de nacionalismo, busca-se o passado histórico, exalta-se a natureza da pátria; na realidade, características já cultivadas na Europa e que se encaixavam perfeitamente à necessidade brasileira de ofuscar profundas crises sociais, financeiras e econômicas. De 1823 a 1831, o Brasil viveu um período conturbado como reflexo do autoritarismo de D. Pedro I: a dissolução da Assembléia Constituinte ; a Constituição outorgada; a Confederação do Equador; a luta pelo trono português contra seu irmão D. Miguel; a acusação de Ter mandado assassinar Líbero Badaró e, finalmente, a abdicação. Segue-se o período regencial e a maioridade prematura de Pedro II. É neste ambiente confuso e inseguro que surge o Romantismo brasileiro, carregado de lusofobia e, principalmente, de nacionalismo.

 

São palavras de Gonçalves de Magalhães:

“Não se pode lisonjear muito o Brasil de dever a Portugal sua primeira educação, tão mesquinha foi ela que bem parece Ter sido dada por mãos avaras e pobres. No começo do século atual, com as mudanças e reformas que tem experimentado o Brasil, novo aspecto apresenta a sua literatura. Uma só idéia absorve todos os pensamentos, uma idéia até então desconhecida; é a idéia da pátria; ela domina tudo, e tudo se faz por ela, ou em seu nome. Independência, liberdade, instituições sociais, reformas políticas, todas as criações necessárias em uma nova Nação, tais são os objetivos que ocupam as inteligências, que atraem a atenção de todos, e os únicos que ao povo interessam.”

Características do Romantismo

Um dos fatos mais importantes do Romantismo foi a criação de um novo público, uma vez que a literatura torna-se mais popular, o que não acontecia com os estilos de época de características clássicas. Surge o romance , forma mais acessível de manifestação literária; o teatro ganha novo impulso, abandonando as formas clássicas. Com a formação dos primeiros cursos universitários em 1827 e com o liberalismo burguês, dois novos elementos da sociedade brasileira representam um mercado consumidor a ser atingido: o estudante e mulher. Com a vinda da família real, a imprensa passa a existir no Brasil e, com ela, os folhetins, que desempenharam importante papel no desenvolvimento no romance romântico.

 

No prefácio de Suspiros poéticos e saudades, Gonçalves de Magalhães nos dá uma ótima visão do que era o romantismo para um autor romântico:

“É um livro de poesias escritas segundo as impressões dos lugares; ora assentado entre as ruínas da antiga Roma, meditando sobre a sorte dos impérios;  ora no cimo dos Alpes, a imaginação vagando no infinito como um átomo no espaço; ora na gótica catedral, admirando a grandeza de Deus, e os prodígios do cristianismo; ora entre os ciprestes que espalham sua sombra sobre os túmulos; ora enfim refletindo sobre a sorte da pátria, sobre as paixões dos homens, sobre o nada da vida. Poesias d’alma e do coração, e que só pela alma e pelo coração devem ser julgadas. Quanto à forma, isto é, a construção, por assim dizer, material das estrofes, nenhuma ordem seguimos; exprimindo as idéias como elas se apresentaram, para não destruir o acento da inspiração; além de que, a igualdade de versos, a regularidade das rimas, e a simetria das estrofes produz uma tal monotonia, que jamais podem agradar.”

Realmente, Gonçalves de Magalhães define o Romantismo e suas características básicas sob dois aspectos: o de conteúdo e o de forma.   

Quanto ao conteúdo, os românticos cultivavam o nacionalismo , que se manifestava na exaltação da natureza da pátria, no retorno ao passado histórico e na criação do herói nacional, no caso brasileiro, o índio  (o nosso cavaleiro medieval). Da exaltação do passado histórico vem o culto à Idade Média, que, além de representar as glórias e tradições do passado, também assume o papel de negar os valores da Antigüidade Clássica. Da mesma forma, a natureza ora é a extensão da pátria ora é um prolongamento do próprio poeta e seu estado emocional, um refúgio à vida atribulada dos centros urbanos do século XIX.

Outra característica marcante no romantismo e verdadeiro “cartão de visita” de toda a escola foi o sentimentalismo , a valorização dos sentimentos, das emoções pessoais: é o mundo interior que conta, o subjetivismo . e à medida que se volta para o eu, para o individualismo, o pessoalismo, perde-se a consciência do todo, do coletivo, do social. A constante valorização do eu  gera o egocentrismo ; os poetas românticos se colocavam como o centro do universo. É evidente que daí surge um choque da realidade e o seu mundo. A derrota inevitável do eu leva a um estado de frustração e tédio. Daí as seguidas e múltiplas fugas da realidade : o álcool, o ópio, as “casa de aluguel” (prostíbulos), a saudade da infância, a idealização da sociedade, do amor e da mulher. No entanto, essa fugas tem ida e volta, exceção feita à maior de todas as fugas românticas: a morte.  

Já ao final do Romantismo brasileiro, a partir de 1860, as transformações econômicas, políticas e sociais levam a uma literatura mais próxima da realidade; a poesia reflete as grandes agitações, como a luta abolicionista, a Guerra do Paraguai, o ideal de República. É a decadência do regime monárquico e o aparecimento da poesia social  de Castro Alves. No fundo, uma transição para o realismo.

Quanto ao aspecto formal, a literatura romântica se apresenta totalmente desvinculada dos padrões e normas estéticas do Classicismo. O verso livre , sem métrica e estrofação, e o verso branco , sem rima, caracterizam a poesia romântica.

Romantismo - Poesia

Aquarela do Brasil

 

Oh! 
Oi, essas fontes murmurantes
Onde eu mato minha sede 
e onde a lua vem brincar

Oi, esse brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro  
Brasil, Brasil...

Deixa cantar de novo o trovador
À merencória luz da luaToda a canção do meu amor 
Oi, esse Brasil lindo e trigueiroÉ o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiroBrasil, Brasil...
 
O romantismo se inicia no Brasil 1836, quando Gonçalves de Magalhães publica na França a Niterói – Revista Brasiliense, e no mesmo ano lança um livro de poesias românticas intitulado Suspiros poéticos e saudades.

Em 1822, D. Pedro I concretiza um movimento que se fazia sentir, de forma mais imediata, desde 1808: a independência do Brasil. A partir desse momento, o novo país necessita inserir-se no modelo moderno, acompanhando as nações independentes da Europa e América. A imagem do português conquistador deveria ser varrida; há a necessidade de auto-afirmação da pátria que se formava. O ciclo da mineração havia dado condições para que as famílias mais abastadas mandassem seus filhos à Europa, em particular França e Inglaterra, onde buscam soluções para os problemas brasileiros, apesar de não possuir o Brasil a mesma formação social dos países industrializados da Europa, representada pelo binômio burguesia/ proletariado. A estrutura social brasileira ainda era marcada pelo binômio aristocracia/ escravo; o “ser burguês” era mais um estado de espírito, norma de comportamento, do que uma posição econômica e social.

É nesse contexto que encontramos Gonçalves de Magalhães viajando pela Europa. Em 1836, vivendo o momento francês, funda a revista Niterói , da qual circularam apenas dois números, em paris. Nela, publica o “Ensaio sobre a história da literatura brasileira”, considerado o nosso primeiro manifesto romântico:

“Não, oh!  Brasil! No meio do geral merecimento tu não deves ficar imóvel e tranqüilo, como o colono sem ambição e sem esperança. O germe da civilização, depositado em seu seio pela Europa, não tem dado ainda todos os frutos que deveria dar, vícios radicais têm tolhido seu desenvolvimento. Tu afastaste do teu colo a mão estranha que te sufocava, respira livremente, respira e cultiva as ciências, as artes, as letras as indústrias e combate tudo o que entrevá-las pode.”

O ano de 1881 é considerado marco final do romantismo, quando são lançados os primeiros romances de tendência naturalista e realista (O mulato, de Aluísio Azevedo, e Memórias de Brás Cubas , de Machado de Assis), embora desde 1870 já ocorressem manifestações do pensamento realista na Escola de Recife, em movimento liderado por Tobias Barreto.

 

AS GERAÇÕES ROMÂNTICAS

Como vimos no início do capítulo, percebe-se nitidamente uma evolução no comportamento dos autores românticos; a comparação entre os primeiros e os últimos representantes dessa escola revela traços peculiares a cada fase, mas discrepantes entre si. No caso brasileiro, por exemplo, há uma distância considerável entre a poesia de Gonçalves Dias e a Castro Alves. Daí a necessidade de dividir o Romantismo em fases ou gerações. Assim é que no Romantismo brasileiro podemos reconhecer três gerações :

 

Primeira Geração – geração nacionalista ou indianista

Marcada pela exaltação da natureza, volta ao passado histórico, medievalismo, criação do herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação de geração indianista. O sentimentalismo  e a religiosidade são outras características presentes. Entre os principais autores podemos destacar Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre.

Segunda Geração – geração do “mal do século”

Fortemente influenciada pela poesia de Lord Byron e Musset, é chamada, inclusive, de geração byroniana. Impregnada de egocentrismo, negativismo boêmio, pessimismo, dúvida, desilusão adolescente e tédio constante – característicos do ultra-romantismo, o verdadeiro “mal do século”- seu tema preferido é a fuga da realidade, que se manifesta na idealização da infância, nas virgens sonhadas e na exaltação da morte. Os principais poetas dessa geração foram Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.

Terceira geração – geração condoreira

Caracterizada pela poesia social e libertária, reflete as lutas internas da Segunda metade do reinado de D. Pedro II. Essa geração sofreu intensamente a influencia de Victor Hugo e de sua poesia político-social, daí ser conhecida como geração hugoana. O termo condoreirismo é conseqüência do símbolo de liberdade adotado pelos jovens românticos : o condor, águia que habita o alto da cordilheira dos Andes. Seu principal representante foi Castro Alves, seguido por Tobias Barreto e Sousândrade.

 

Principais Autores Românticos

Casimiro de Abreu

 

Poeta brasileiro, Casimiro José Marques de Abreu nasceu em São João da Barra, no estado do Rio, em 4 de janeiro de 1837. Poeta de grande inspiração, seus versos ainda hoje apreciados, lidos com admiração. “As Primaveras”, sua coletânea de poemas, ainda continua agradando ao grande público, e as edições sucedendo. Faleceu a 19 de outubro de 1860, com a idade de 23 anos.

José Martiniano de Alencar

Foi bacharel em direito, jornalista, professor, crítico, teatrólogo e Poeta. Escreveu sobre o pseudônimo de IG, em 1856, as “Cartas sobre a Confederação dos Tamoios”. É considerado o fundador do romance brasileiro, já que no Brasil foi o primeiro a dar ao país um verdadeiro estilo literário. Sua obra está repleta de um nacionalismo vibrante, toda ela escrita numa tentativa de nacionalismo puro, numa temática nova, muito brasileira. Publicou :

“O Guarani”, “Iracema”, “Ubirajara”, “As Minas de Prata”, “O Garatuja”, “O Ermitão da Glória”, “Lucíola”, “A Pata da Gazela”,  “O Gaúcho”, “O Tronco do Ipê”, “O Sertanejo” e muitos outros. Faleceu em 1877.

Antônio Frederico Castro Alves

Nasceu na Bahia, em 1847. É considerado um dos maiores poetas brasileiros. Em 1863, começou a participar da campanha abolicionista, escrevendo em um jornal acadêmico seus primeiros versos em defesa da abolição da escravatura: “A Canção do Africano”. Castro Alves participou ativamente das inquietações de espírito, da agitação poética e patriota e das lutas liberais que empolgavam sua geração. Em 1868 transferiu-se do Rio de Janeiro para São Paulo, onde continuou sua campanha abolicionista, declamando seus poemas antiescravista em praça pública. Foi acometido de tuberculose e um acidente ocorrido em uma caçada acabou por consumi-lo. Faleceu em 6 de junho de 1871. Deixou vasta bagagem literária, entre artigos, poesias, etc. “A Cachoeira de Paulo Afonso”, “A Revolução de Minas” ou “Gonzaga”, drama e o livro “Espumas Flutuantes”.

Manuel Antônio Álvares de Azevedo

Poeta brasileiro nascido em São Paulo, a 12 de setembro de 1831. “Lira dos Vinte Anos” é o título de sua obra principal, deixada inédita e publicada após a sua morte ocorrida em dez de março de 1852, no Rio de Janeiro. Escreveu ainda “A Noite na Taverna”, livro de contos, e mais “Conde Lopo”, um Drama, incompleto, aliás. Deixou também traduções e comentários críticos.

Antônio Gonçalves Dias

Poeta brasileiro, nasceu no estado do Maranhão, a 10 de agosto de 1823. Em 1840 foi estudar direito em Portugal, no Colégio de Artes, e foi lá que escreveu sua famosa “Canção do Exílio”. Já formado, embarcou para o Brasil, onde permaneceu muitos anos. Em 1847, lançou           “Os Primeiros Cantos” e, 1848, “Os Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão”. Em 1849, foi nomeado professor de latim e História do Brasil no Colégio Pedro II. Em 1851, foram publicados os “Últimos Cantos”. Em 1862, bastante enfermo , embarcou para Europa. Em 1864, voltando ao Brasil, faleceu em um naufrágio. Gonçalves Dias é o patrono da cadeira n 15 da Academia Brasileira de Letras.

Joaquim Manuel Macedo

Romancista, poeta e jornalista brasileiro, nasceu em 1820 e faleceu no Rio de Janeiro em 1882. Pode ser considerado um dos pioneiros do romance no Brasil. Seu primeiro romance “A Moreninha”, lançado em 1844, até hoje é sucesso. Foi médico, professor, deputado da Assembléia Provincial e deputado federal. Escreveu também  “O Forasteiro”, “O Moço Louro”, “Os Dois Amores”, “O Culto do Dever”, “A Namoradeira”, e outras obras. É patrono da cadeira n 20 da Academia Brasileira de Letras.

Bernardo Joaquim da Silva Guimarães

Jornalista, professor, crítico e poeta, nasceu em Ouro Preto, em 1825. Formado em Direito, viveu a atmosfera romântica da época. Estreou com um livro de versos “Contos da Solidão” em 1852, ao qual se seguiram “Poesias”, “Folhas de Outono” e “Novas Poesias”. Bernardo Guimarães foi um dos iniciadores do regionalismo romântico com a publicação de “O Ermitão de Muquém”, lançado em 1869. Abrangendo o tema da escravidão, escreveu “Escrava Isaura” e ainda  “O Garimpeiro”, e “O Seminarista”. Morreu em 1884.

Romantismo – Prosa

Um índioUm índio desceráDe uma estrela colorida e brilhanteDe uma estrala que viráNuma velocidade estonteanteE pousará no coração do hemisfério sul na América num claro instanteDepois de exterminada a última nação indígenaE o espírito dos pássarosDas fontes de água límpidaMais avançado que a mais avançada das mais avançadas tecnologiasVirá Impávido que nem muhammad aliVirá que eu viApaixonadamente como periVirá que eu viTranqüilo e infalível como Bruce LeeVirá que eu viO aché do afoché filhos de ghandiViráUm índio preservadoEm pleno corpo físicoEm todo sólido todoGás e todo líquidoEm átomos palavras cor em gesto em cheiro em sombra em luz em som magníficoNum ponto eqüidistanteEntre o atlântico e o pacificoDo objeto sim resplandecenteDescerá o índioE as coisas que eu sei que ele dirá fará não sei dizer assim de um modo explícitoE aquilo que nesse momento se revelará aos povos Surpreenderá a todos não por ser exóticoMas pelo fato de poder Ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio.(Caetano Veloso)
  
O início da prosa literária brasileira ocorreu no Romantismo. Com o gradual desenvolvimento de algumas cidades, sobre tudo o Rio de Janeiro, a cidade da corte, formou-se um público composto basicamente de jovens da classe alta, cujo ócio permitia a leitura de romances e folhetins.

 

Esse público leitor buscava na literatura apenas distração. Torcia por suas personagens, sofria com as desilusões das heroínas e tranqüilizava-se com o inevitável final feliz. E, tão logo chegava ao fim, fechava o livro esquecia-o, esperando o próximo, que lhe oferecia praticamente as mesmas emoções. O público de hoje substituiu os romances e folhetins pelas telenovelas e fotonovelas, mas ainda continua em busca de distração, passando o tempo a torcer e chorar por seus heróis...

TENDÊNCIAS DO ROMANCE ROMÂNTICO

Romance urbano

É o que desenvolve tema ligado à vida social, principalmente do Rio de Janeiro. A variedade dos tipos humanos, os problemas sociais e morais decorrentes do desenvolvimento da cidade, tudo serviu de fonte para os nossos romancistas, dentre os quais se destacam:  José de Alencar (Senhora ; Lucíola), Joaquim Manuel de Macedo (A Moreninha; O Moço Loiro) e Manuel Antônio de Almeida (Memórias de um sargento de milícias).

 

Romance sertanejo ou regionalista

Atração pelo pitoresco e o desejo de explorar e investigar o Brasil do interior, fizeram o autor romântico se interessar pela vida e hábitos das populações que viviam distantes das cidades. Abriam-se assim, para o romantismo, o campo fecundo do romance sertanejo, que até hoje continua a fornecer matéria a nossa literatura. Nessa linha, destacam-se José de Alencar, Taunay (Inocência) e Bernardo Guimarães (A escrava Isaura; O Seminarista).

Romance histórico

Foi um dos principais meios encontrados pelos românticos para a reinterpretação nacionalista de fatos e personagens da  nossa história, numa revalorização e idealização de nosso passado. Nessa linha, os autores mais importantes são: José de Alencar (O Guarani; As Minas de Prata; A guerra dos Mascates), Bernardo Guimarães (Lendas e romances; histórias e tradições da província de Minas Gerais) e Franklin Távora (O Matuto; Lourenço).

Romance indianista

 


Ainda na perspectiva de valorização de nossas origens, surge o romance indianista, tendo encontrado sua melhor realização nas obras de José de Alencar, que idealizou a figura do índio, exaltando-lhe a nobreza e valentia. (Ubirajara; Iracema; O Guarani).

 

O trecho abaixo é um fragmento do capítulo IV de O guarani, em que Alencar descreve fisicamente Peri.

A luta

“Quando a cavalgada chegou à margem da clareira, aí se passava uma cena curiosa".
Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbora das árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via-se um índio na flor da idade. Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caia-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem.
Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor de cobre, brilhava como reflexos dourados, os cabelos pretos cortados rentes, a tez lisa, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte, a pupila negra, móbil cintilante, a boca forte, mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto um pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência.Tinha a cabeça cingida por uma fita de couro, à qual se prendiam do lado esquerdo duas plumas matizadas, que descrevendo uma longa espiral, vinham roçar com as pontas negras o pescoço flexível.
Era de alta estatura; tinha as mãos delicadas; a perna ágil e nervosa, ornada com uma axorca de frutos amarelos, apoiava-se sobre um pé pequeno, mas firme no andar e veloz na corrida”.(José  de Alencar)

O trecho seguinte é um fragmento do capítulo 11 de Iracema, em que Alencar descreve fisicamente a heroína índia. 
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.O favo de jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do ipu, onde campeava sua guerreira tribo. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os últimos cabelos. Escondidos na folhagem, os pássaros ameigavam o canto.
( José de Alencar )

 

Análise dos textos

Com certeza, você deve ter observado a força expressiva dos adjetivos, responsáveis pelo clima de idealização da figura do índio; também deve ter percebido que o autor se esforça para integrar o herói à natureza : são atitudes típicas do romântico. Ao ler o romance  Iracema, você perceberá, talvez com maior evidência, essa postura de Alencar; aliás, o nome da heroína, que em tupi-guarani significa “lábios de mel”, é um anagrama da palavra América, ou seja, a heroína é a própria personificação da terra nova, virgem, selvagem. Uma curiosidade : repare como Alencar tem verdadeira fixação pela descrição dos pés de seus personagens, sempre pequenos, ágeis, delicados.
Por outro lado, ao entrarmos no século XX, notaremos uma constante preocupação de autores pré-modernistas ou modernistas em ridicularizar esse tipo de herói romântico. Busca-se, então, um herói mais próximo das realidade brasileira. Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, e Macunaíma, de Mário de Andrade, são negações do Peri alencariano.

 

Lembrança de morrer
(fragmento)
“Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrimaEm pálpebra demente.E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro- Como as horas de um longo pesadelo    
Que se desfaz ao dobre de um sineiro.                          
(...)

Só levo uma saudade – é dessas sombrasQue eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!                        
(...)
Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme aindaÉ pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!                       
(...)
Beijarei a verdade santa e nua,Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,Filha do céu, eu vou amar contigo!
Descansem o meu leito solitárioNa floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:-    Foi poeta – sonhou – e amou na vida.”
(Álvares de Azevedo)

 

Análise de texto

Características:  sentimentalismo (amor idealizado), fugas da realidade, saudades da infância, individualismo e desilusão.

Romances Indianistas

 Este é o gênero que trouxe maior popularidade a Alencar. São três romances: O guarani, Iracema e Ubirajara. Notamos  neles, além do indianismo que reflete o nacionalismo e a exaltação da natureza da pátria, uma preocupação histórica: nos dois primeiros romances citados, Alencar mescla personagens reais com personagens fictícios; há uma preocupação muito grande em tudo datar e localizar (Alencar chegou a pesquisar textos quinhentistas).

 

Em O guarani , o índio, individualizado em Peri, aparece civilizado, em contato com os brancos; Alencar até o batiza, para que ele possa salvar Cecília (sem a condição de cristão, o índio não seria confiável!). Iracema , romance baseado numa lenda do período de formação do Ceará, retrata o nativo brasileiro – no caso, a índia – em seu primeiro contato com o branco colonizador. Da relação entre Iracema e o português Martim nasce Moacir, o primeiro cearense. O romance Ubirajara o índio pré-cabralino, ou seja, o nativo americano em seu estado mais puro, anterior à chegada do português colonizador. 

 

 

Romantismo no Brasil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Romantismo no Brasil teve como marco fundador a publicação do livro de poemas "Suspiros poéticos e saudades", de Domingos José Gonçalves de Magalhães, em 1836, e durou 45 anos. Nos primórdios dessa fase literária, 1833, um grupo de jovens estudantes brasileiros em Paris, sob a orientação de Gonçalves Magalhães e de Manuel de Araújo Porto Alegre, inicia um processo de renovação das letras, influenciados por Almeida Garrett e pela leitura dos românticos franceses. Em 1836, ainda em Paris o mesmo grupo de brasileiros funda a Revista Brasiliense de Ciências, Letras e Artes, cujos dois primeiros números traziam como epígrafe: "Tudo pelo Brasil e para o Brasil". Ainda no mesmo ano, no Brasil - momento histórico em que ocorre o Romantismo, 14 anos após a sua Independência - esse movimento é visível pela valorização do nacionalismo e da liberdade, sentimentos que se ajustavam ao espírito de um país que acabava de se tornar uma nação rompendo com o domínio colonial.

De 1823 a 1831, o Brasil viveu um período conturbado como reflexo do autoritarismo de D. Pedro I: a dissolução da Assembléia Constituinte; a Constituição outorgada; a Confederação do Equador; a luta pelo trono português contra seu irmão D. Miguel; a acusação de ter mandado assassinar Líbero Badaró e, finalmente, a abdicação. Segue-se o período regencial e a maioridade prematura de Pedro II. É neste ambiente confuso e inseguro que surge o Romantismo brasileiro, carregado de lusofobia e, principalmente, de nacionalismo.

Assim é que, a primeira geração do Romantismo destaca-se na tentativa de diferenciar o movimento das origens européias e adaptá-lo, de maneira nacionalista, à natureza exótica e ao passado histórico brasileiros. Os primeiros românticos eram utópicos.1 Para criar uma nova identidade nacional, buscavam suas bases no nativismo do período literário anterior, no elogio à terra e ao homem primitivo. Inspirados em Montaigne e Rousseau idealizavam os índios como bons selvagens, cujos valores heróicos tomavam como modelo da formação do povo brasileiro.

Com o incremento da industrialização e do comércio, notadamente a partir da Revolução Industrial do século XVIII, a burguesia, na Europa, vai ocupando espaço político e ideológico maior. As ideias do emergente liberalismo incentivam a busca da realização individual, por parte do cidadão comum. Nas últimas décadas do século, esse processo levou ao surgimento, na Inglaterra e na Alemanha, de autores que caminhavam num sentido contrário ao da racionalidade clássica e da valorização do campo, conforme normas da arte vigente até então. Esses autores tendiam a enfatizar o nacionalismo e identificavam-se com a sentimentalidade popular. Essas idéias foram o germe do que se denominou romantismo.

Algumas atitudes, e outras consequentes delas, foram se consolidando e, ao chegarem à França, receberam um vigoroso impulso graças à Revolução Francesa de 1789. Afinal, essas tendências literárias individualistas identificavam-se amplamente com os princípios revolucionários franceses de derrubada do absolutismo e ascensão da burguesia ao poder, através de uma aliança com camadas populares. A partir daí, o ideário romântico espalhou-se por todo o mundo ocidental, levando consigo o caráter de agitação e transgressão que acompanhava os ideais revolucionários franceses que atemorizavam as aristocracias européias. A desilusão com esses ideais lançaria muitos românticos em uma situação de marginalidade em relação à própria burguesia. Mesmo assim, devemos associar a ascensão burguesa à ascensão do Romantismo na Europa.

Em Portugal, os ideais desse novo estilo encontram, a exemplo do que ocorrera na França, um ambiente adequado ao seu teor revolucionário. Opunham-se naquele país duas forças políticas: os monarquistas, que pretendiam a manutenção do regime vigente, depois da expulsão das tropas napoleônicas que tinham invadido o país em 1807; e os liberais, que pretendiam sepultar de vez a Monarquia. A Revolução Constitucionalista do Porto, (1820) representou um marco na luta liberal, mas os monarquistas conseguiram manter o poder durante todo o período, marcando com perseguições as biografias de muitos escritores daquele país, quase sempre adeptos do Liberalismo.

Assim a revolução romântica alimenta-se, em Portugal, dessa revolução social e política. Os primeiros românticos, Almeida GarretAlexandre Herculano e Antônio Feliciano de Castilho, participam da Revolução Liberal e, vitoriosos em 1834, retornam do exílio para implantar a nova literatura romântica. A segunda fase é representada por Camilo Castelo Branco e a terceira geração (1860), por Júlio Dinis, marca a fase de transição para o Realismo da década de 1870.

 

 

Fundamentos teóricos

Três fundamentos do estilo romântico: o egocentrismo, o nacionalismo e liberdade de expressão. Segundo Fabio Luiz Sobieski diz que; Romantismo, ainda chamado de Romanticismo, foi um abalo artístico, político e filosófico aparecido nas derradeiras décadas do século XVIII na Europa que persistiu por boa parte do século XIX, diferenciando-se como uma visão de mundo adversa ao racionalismo e ao iluminismo[2], procurou um nacionalismo que viria a materializar os estados pátrios na Europa.

O egocentrismo: também chamado de subjetivismo, ou individualismo. Evidencia a tendência romântica à pessoalidade e ao desligamento da sociedade. O artista volta-se para dentro de si mesmo, colocando-se como centro do universo poético. A primeira pessoa ("eu") ganha relevância nos poemas.

O nacionalismo: corresponde à valorização das particularidades locais. Opondo-se ao registro de ambiente árcade, que se pautava pela mesmice, vendo pastoralismo em todos os lugares, o Romantismo propõe um destaque da chamada "cor local", isto é, o conjunto de aspectos particulares de cada região. Esses aspectos envolvem componentes geográficos, históricos e culturais. Assim, a cultura popular ganha considerável espaço nas discussões intelectuais de elite.

A liberdade de expressão: é um dos pontos mais importantes da escola romântica. "Nem regra , nem modelos "- afirma Victor Hugo, um dos mais destacados românticos franceses. Pretendendo explorar as dimensões variadas de seu próprio "eu", o artista se recusa a adaptar a expressão de suas emoções a um conjunto de regras pré-estabelecido. Da mesma forma, afasta-se de modelos artísticos consagrados, optando por uma busca incessante da originalidade.

Como decorrência da supremacia do sujeito na estética romântica, o sentimentalismo ganha destaque especial. A emoção supera a razão na determinação das ações das personagens românticas. O amor, o ódio, a amizade o respeito e a honra são valores sempre presentes.

Na sua luta contra a racionalidade, o artista romântico valoriza todo e qualquer estado onírico, isto é, dominado pelo sonho, pela fantasia e pela imaginação. São momentos de suspensão passageira ou definitiva da razão que definem o ser humano passional, dentro do Romantismo. Toda loucura é válida.

E se o mundo não corresponde aos anseios românticos, o artista parte para a idealização criando um universo independente, particular, original. Nesse universo ele deposita suas aspirações de liberdade e à perfeição física. A figura da mulher amada, por exemplo, será associada à sempre um exemplo moral a ser seguido pelos leitores, por sua inteireza de caráter e sua moralidade irrepreensível.

Se de um lado temos sempre a figura do herói associada ao Bem, de outro é quase obrigatória nos romances a presença de um vilão, que encarna o Mal. Essa concepção moral de oposição absoluta entre Bem e Mal recebe o nome de maniqueísmo. No romantismo, o maniqueísmo constituiu mesmo a espinha dorsal das narrativas.

Normalmente, associamos o Romantismo a imagens de inocência e lirismo, mas ele tem sua face escura, tétrica e trágica. O pessimismo romântico aparece nas referências à morte e no arrebatamento passional, que às vezes conduz à loucura ou aos finais infelizes.

A Natureza, tão fundamental no Neoclassicismo, ganhará contornos particulares no Romantismo. No primeiro estilo, servia sempre como pano de fundo harmoniosos para o cenário bucólico e pastoril. No segundo, acompanha os estados de espírito do poeta ou das personagens dos romances. Assim, momentos de tristeza ou desilusão corresponderão a paisagens lúgubres; bem como instantes de alegria aparecerão sempre associados a imagens luminosas.

O romântico, ao desenvolver um mundo particular, pode transformá-lo em seu espaço de fuga: é o escapismo. As saídas, para o artista, são aquelas apontadas anteriormente: o sonho, a morte, a Natureza exótica. Ainda dentro do escapismo, destaque-se um espaço particular de fuga: o passado. Ele pode aparecer de forma pessoal, associado à felicidade inocente da infância, ou de maneira mais social, nas freqüentes alusões à Idade Média.

Características

  • Subjetivismo - A personalidade do autor está em destaque. A poesia e a prosa romântica apresentam uma visão particular da sociedade, de seus costumes e da vida como um todo.
  • Sentimentalismo - Os sentimentos dos personagens entram em foco. O autor passa a usar a literatura como forma de explorar sentimentos comuns à sociedade, como: o amor, acólera, a paixão etc. O sentimentalismo geralmente implica na exploração da temática amorosa e nos dramas de amor.
  • Nacionalismoufanismo - Surge a necessidade de criar uma cultura genuinamente brasileira. Como uma forma de publicidade do Brasil, os autores brasileiros procuravam expressar uma opinião, um gosto, uma cultura e um jeito autênticos, livres de traços europeus.
  • Maior liberdade formal - As produções literárias estavam livres para assumir a forma que quisessem, ou seja, entrava em evidência a expressão em detrimento da estrutura formal (versificação, rima etc).
  • Vocabulário mais brasileiro - Como um meio de criar uma cultura brasileira original os artistas buscavam inspiração nas raízes pré-coloniais utilizando-se de vocábulos indígenas e regionalismos brasileiros para criar uma língua que tivesse a cara do Brasil.
  • Religiosidade - A produção literária romântica, utiliza-se não só da fé católica como um meio de mostrar recato e austeridade, mas utiliza-se também da espiritualidade, expressando uma presença divina no ambiente natural.
  • Mal do Século - Essa geração, também conhecida como Byroniana e Ultrarromantismo, recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão.
  • Evasão - O artista romântico (do ultrarromantismo) interpretava o mundo como cruel e frequentemente buscava a fuga da sociedade que não o aceitava.
  • Indianismo - O autor romântico utilizava-se da figura do índio como inspiração para seu trabalho, depositando em sua imagem a confiança num símbolo de patriotismo e brasilidade, adotando o indígena como a figura do herói nacional (bom selvagem).
  • A idealização da realidade - A análise dos fatos, das aparências, dos costumes etc era muito superficial e pessoal, por isso era idealizada, imaginada, assim o sonho e o desejo invadiam o mundo real criando uma descrição romântica e mascarada dos fatos.
  • Escapismo - Os artistas românticos procuravam fugir da opressão capitalista gerada pela revolução burguesa (revolução industrial). Apesar de criticarem a burguesia, os artistas tinham que ser sutis pois os burgueses eram os mecenas de sua literatura e por isso procuravam escapar da realidade através da idealização.

As formas de escape seriam as seguinte: Fuga no tempo, Fuga no sonho e na imaginação, Fuga na loucura , Fuga no espaço e Fuga na morte.

  • O culto à natureza - Com a busca de um passado indígena e de uma cultura naturalmente brasileira surge o culto ao natural, aos elementos da natureza, tão cultuados pelos índios. Passava-se a observar o ambiente natural como algo divino e puro.
  • A idealização da Mulher (figura feminina)- a mulher era a fonte de toda a inspiração. Era intocável, vista como um anjo em que jamais poderiam desfrutar de suas caracteristicas puras e angelicais.

A Poesia Romântica

Três renomados escritores brasileiros do século XIX. Da esquerda para direita: Gonçalves DiasManuel de Araújo Porto-Alegre e Gonçalves de Magalhães(1858).

No Brasil, a poesia romântica é marcada, num primeiro momento, pelo teor patriótico, de afirmação nacional, de compreensão do que era ser brasileiro, ou pela expressão do eu, isto é, pela expressão dos sentimentos mais íntimos, dos desejos mais pessoais, diferente do ideal de imitação da natureza presente na poesia árcade. Isto tudo seguido de uma revolução na linguagem poética, que passou a buscar uma proximidade com o cotidiano das pessoas, com a linguagem do dia-a-dia. No poema "Invocação do Anjo da Poesia", Gonçalves de Magalhães diz que vai abandonar as convenções clássicas (cultura grega) em favor do sentimento pessoal e do sentimento patriótico.

A poesia romântica surge em meio aos fervores independentistas da primeira metade do século XIX, tendo como marco inicial a obra de Gonçalves de Magalhães, "Suspiros Poéticos e Saudades". Apesar de servir como marco de início do romantismo no Brasil, a obra "Suspiros Poéticos e Saudades" não apresenta grande notoriedade ou importância no cenário artístico poético do romantismo brasileiro assim como as outras obras de Gonçalves de Magalhães. De acordo com as características e vertentes assumidas por cada poeta romântico, a poesia romântica pode ser dividida em:

Primeira geração - Indianista ou Nacionalista

Principais poetas

Segunda geração - Ultrarromantismo ou Mal do Século

  • Ultrarromantismo - Há uma ênfase nos traços românticos. O sentimentalismo é ainda mais exagerado.
  • Byronismo - Atitude amplamente cultivada entre os poetas da segunda geração romântica e relacionada ao poeta inglês Lord Byron. Caracteriza-se por mostrar um estilo de vida e uma forma particular de ver o mundo; um estilo de vida boêmia, noturna, voltada para o vício e os prazeres da bebida, do fumo e do sexo. Sua forma de ver o mundo é egocêntricanarcisista, pessimista, angustiada e, por vezes, satânica.
  • Spleen - Termo inglês que traduz o tédio, o desencanto, a insatisfação e a melancolia diante da vida (significa, literalmente, "baço").
  • Mal do Século
  • Fuga da realidade, evasão - Através da morte, do sonho, etc.
  • Satanismo - A referência ao demônio, às cerimônias demoníacas proibidas e obscuras. O inferno é visto como prolongamento das dores e das orgias da Terra.
  • A noite, o mistério - Preferência por ambientes fúnebres, noturnos, misteriosos, apropriados à reflexão sobre a morte, depressão e solidão.
  • Mulher idealizada, distante - A figura feminina é freqüentemente um sonho, um anjo, inacessível. O amor não se concretiza e em alguns momentos o poeta assume o medo de amar.
Principais poetas

Terceira geração - Condoreira

Litografia de Castro Alves em rótulo de cigarro.
  • 1888 - Abolição da Escravatura
  • 1889 - Proclamação da República
  • Influenciada pelos acontecimentos sociais, discursa sobre liberdade, questões sociais, o abolicionismo.
  • Uso de exclamações, exageros, apóstrofes.
  • Mulher presente, carnal.
  • Volta-se para o futuro, progresso.
  • Luta pela liberdade, temáticas sociais.
  • Ainda fala sobre o amor.
  • condor simboliza a liberdade, por isso geração condoreira.
Principais poetas
  • Castro Alves - "O Poeta dos Escravos"
  • Sousândrade"o Poeta da transição" considerado o poeta "divisor de águas" entre o Romantismo e a nova escola o Realismo.

A Prosa Romântica

A prosa romântica inicia-se com a publicação do primeiro romance brasileiro "O Filho do Pescador", de Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa em 1843. O primeiro romance brasileiro em folhetim foi "A Moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo, publicado em 1844. O romance brasileiro caracteriza-se por ser uma "adaptação" do romance europeu, conservando a estrutura folhetinesca européia, com início, meio e fim seguindo a ordem cronológica dos fatos.

O Romance brasileiro poderia ser dividido em duas fases: Antes de José de Alencar e Pós-José de Alencar, pois antes desse importante autor as narrativas eram basicamente urbanas, ambientadas no Rio de Janeiro, e apresentavam uma visão muito superficial dos hábitos e comportamentos da sociedade burguesa.

E com José de Alencar surgiram novos estilos de prosa romântica como os romances regionalistas, históricos e indianistas e o romance passou a ser mais crítico e realista. Os romances brasileiros fizeram muito sucesso em sua época já que uniam o útil ao agradável: A estrutura típica do romance europeu, ambientada nos cenários facilmente identificáveis pelo leitor brasileiro(cafés, teatros, ruas de cidades como o Rio de Janeiro).

O sucesso também se deve ao fato de que os romances eram feitos para a classe burguesa, ressaltando o luxo e a pompa da vida social burguesa e ocultando a hipocrisia dos costumes burgueses. Por isso pode-se dizer que, no geral, o romance brasileiro era urbano, superficial, folhetinesco e burguês. Dentre os vários romancistas românticos brasileiros, merecem destaque:

Joaquim Manuel de Macedo

Joaquim Manuel de Macedo.

Célebre por dar início à produção prosaica do romantismo brasileiro, Joaquim Manuel de Macedo ou Dr. Macedinho, como era conhecido pelo povo, escreveu um dos mais populares romances da literatura romântica do Brasil. O romance "A moreninha" fez um enorme sucesso dentre a classe burguesa brasileira que se sentia extremamente agradada por um novo projeto de literatura: A literatura original do Brasil. Uma literatura que continuava a seguir os padrões das histórias de amor européias tão populares entre a classe burguesa, mas que ao mesmo tempo inovava ao trazer tais histórias tão clássicas para ambientes legitimamente brasileiros que faziam os leitores identificarem os ambientes mencionados. Trata-se de um escritor que estava voltado para as narrativas urbanas e tinha como foco a cidade do Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, e a alta sociedade carioca em seus saraus e festas sociais. Seus romances em forma de folhetim, eram como as atuais telenovelas, só que escritos em episódios numjornal. As obras de Joaquim Manuel de Macedo apresentam uma visão superficial dos hábitos e comportamentos dos jovens da época, buscando ilustrar a pompa e o luxo da alta classe capitalista, e com isso, escondendo a hipocrisia e a dissimulação da burguesia. A grande importância de sua obra é em despertar no público brasileiro, o gosto pela produção literária nacional, ambientada em cenários facilmente identificáveis. Seus romances posteriores a "A moreninha" seguem sua mesma "fórmula". Dentre as principais obras de Joaquim Manuel de Macedo estão:

  • A Moreninha - É a história de um rapaz burguês que vai estudar medicina no Rio de Janeiro. Morando em uma república estudantil, Augusto, faz vários amigos, dentre eles Filipe que o convida para veranear na Ilha de Paquetá. Augusto aceita o convite, e ele e seus amigos apostam que ele não se apaixonaria por nenhuma moça, caso o fizesse, teria de escrever romances de amor revelando sua paixão. Augusto, contra a aposta com seus amigos, inevitavelmente se apaixona por Dona Carolina, irmã de Filipe, que recusa enamorar-se com Augusto pois em sua infância havia jurado amor eterno a um certo menino e Augusto, curiosamente, também havia jurado amor eterno e casamento a uma certa menina. Por fim, ao descobrirem que um era a paixão infantil do outro, entregam-se a esse sentimento. A pureza e discrição dos personagens, assim como a beleza de um amor pudico, conquistaram os leitores burgueses tornando esse romance um dos maiores sucessos do romantismo brasileiro.

José de Alencar

José de Alencar.

José de Alencar é considerado o patriarca da literatura brasileira. Inaugurou novos estilos românticos e consolidou o romantismo no Brasil desenhando o retrato cultural brasileiro de forma completa e abrangente. E devido a essa visão ampla do cenário brasileiro, sua obra iniciaria um período de transição entre Romantismo e Realismo. Suas narrativas apresentam um desenvolvimento dos conflitos femininos da mulher burguesa do século XIX, já que seus romances a tinha como público alvo. Sua obra pode ser fragmentada em três categorias:

Romances Urbanos

Romances ambientados no Rio de Janeiro, protagonizados por personagens femininos, mostravam o luxo e a pompa das atividades sociais burguesas, no entanto apresentavam uma critica sutil aos hábitos hipócritas da burguesia e seu caráter capitalista. São exemplos de romances urbanos de José de Alencar:

  • Senhora - Faz crítica ao casamento por interesse, à hipocrisia, à cobiça e à soberba burguesa.
  • Lucíola - Critica o fato de a burguesia, que financia a prostituição durante a noite, ter aversão às mesmas durante o dia.
  • Diva - Ressalta a beleza das jovens e ricas burguesas, o virtuosismo e a pureza e, em contrapartida, critica o casamento por interesse financeiro.

Romances Regionalistas

Narrativas que se sucedem em centros afastados da capital imperial, ou seja, histórias que acontecem em lugares tipicamente brasileiros, mais pitorescos, menos influenciados pela cultura européia. Apesar de José de Alencar narrar seus romances regionalistas com uma incrível fluência e suavidade, as histórias narradas são superficiais devido ao fato de que o autor não viajara para as regiões que descreveu, mas pesquisara a fundo sobre elas. Basicamente, são romances que procuram ser mais fiéis ao projeto de brasilidade e propaganda do Brasil independente, o objetivo é fazer propaganda aos próprios brasileiros, expondo a diversidade do país. São Exemplos de romances regionalistas de José de Alencar:

Romances Históricos e Indianistas

Romances que revelam a preocupação de José de Alencar em exibir o índio como herói nacional. Enquanto os autores românticos da Europa retratavam o saudosismo através de menções à época medieval, no Brasil, Alencar procurou buscar na cultura indígena brasileira o passado fiel da história brasileira. Seus romances trazem uma linguagem mais original, com vocábulos do tupi, retratam o índio como símbolo de bravura, de pureza e de amor ao ambiente natural. Pode-se dizer que suas narrativas tendiam ao estilo poético por entrelaçar o caráter básico da prosa com o lirismo do gênero poético. Em resumo, suas obras utilizam o indianismo como forma de revelar um conceito mais original de brasilidade e criar um projeto de língua brasileira. Dentre as obras mais importantes de José de Alencar nesse ramo do romantismo, estão:

A Importância da Obra de José de Alencar

Considerado o mais importante escritor do Romantismo brasileiro, é ele quem consegue expressar o perfeito retrato da cultura brasileira, explorando novas vertentes da produção literária, criando e abrindo caminhos para a criação de uma literatura brasileira original, ampla e de boa qualidade. E por isso foi o autor que mais se aproximou do objetivo da escola romântica, mesclando a idealização e o sonho com um realismo sutil, valorizando os elementos naturais da cultura brasileira e o índio como figura-mãe da original cultura brasileira. Suas obras foram capazes de inspirar nos burgueses o gosto pela leitura nacional e também, de inspirar diversos autores a seguir caminhos por ele traçados, concretizando assim seu projeto nacionalista de revelar o Brasil num todo.

Bernardo Guimarães

Bernardo Guimarães, o escritor da famosa obra "A Escrava Isaura"

Considerado um dos mais importantes regionalistas românticos brasileiros, opta por seguir um dos caminhos traçados por José de Alencar ambientando suas tramas nos estados de Minas Gerais e Goiás. Suas obras conservam o caráter linear romântico, apresentando a estrutura folhetinesca típica de sua época; prezam pela valorização do pitoresco e do regional, resgatando os hábitos típicos da sociedade imperial. Caracteriza-se por usar, por vezes, a linguagem oral em sua obra e fazer críticas sutis aos sistemas patriarcalclerical e escravocrata do Brasil Império. Entres suas principais obras, destacam-se:

  • A Escrava Isaura - Fez grande sucesso enquanto livro, tão notável que foi adaptado como novela da Rede Globo e da Rede Record. Bernardo Guimarães tentou criticar a escravatura no Brasil, patrocinando, através de sua obra, o abolicionismo, no entanto sua crítica se mostrou um tanto malsucedida pois a personagem principal, Isaura, era uma escrava branca, e a antagonista, uma mucama negra, o que incitou nos leitores uma raiva da personagem negra e um sentimento de pena e compaixão da escrava branca Isaura. Pode-se dizer que não atingiu seu objetivo realista devido a sua crítica equivocada, mas conquistou enorme admiração e já nos permite identificar traços de uma literatura brasileira mais realista. Apresenta o caráter sentimentalista romântico das histórias de amor terminando com seu devido final feliz.
  • O Seminarista - Não tão notório quanto a obra acima, mas não por isso perdeu seu valor literário. Critica o sistema patriarcal da época e principalmente o sistema clerical, mencionando a inadequação do jovem à vida religiosa imposta pela família. Assim como "A escrava Isaura", é uma história de amor, que permite-nos observar sentimentos em conflito com uma realidade imposta pela sociedade (o jovem que não pode amar pois fora forçado a ser padre por sua família). Ao contrário da primeira obra, apresenta um final trágico no qual o protagonista enlouquece ao saber da morte de sua amada.

Franklin Távora

Franklin Távora, inovador e arrojado, é o primeiro escritor brasileiro a retratar o cangaço nordestino.

Um dos mais importantes escritores do romance regionalista brasileiro, Franklin Távora foi o primeiro autor romântico a escrever sobre o cangaço nordestino e um dos mais assíduos críticos do romantismo de José de Alencar pois acreditava num romantismo mais realista, menos idealizado, tanto que suas obras oscilam entre o romântico e o realista. Sua literatura era baseada no "Projeto de uma Literatura do Norte", o que ele fez foi explorar as regiões Norte eNordeste do Brasil, apoiado em sua teoria de que essas eram as regiões mais brasileiras por serem as menos exploradas pelos brancos europeus, conservando assim um caráter mais típico e mais real da cultura do Brasil. Suas obras valorizavam bastante a questão regional, prezando pelo pitoresco e peculiar das regiões que se preocupou em retratar, assim ele pode expressar os costumes, as características e a realidade, até então pouco explorados, da população do interior do Brasil de forma detalhada e realista. Os romances de Franklin Távora são marcados por sua objetividade, característica do realismo, e por uma análise justa do ambiente que procurava descrever, e devido a esses fatores sua produção literária, pode-se dizer, que oscila entre o romantismo e o realismo. Apesar de um grande envolvimento com a causa realista, a obra de Franklin Távora é considerada romântica devido ao fato de conservar o caráter linear e a temática amorosa que marcam a escola romântica brasileira. Dentre seus principais romances estão:

  • O Cabeleira - Trata-se de seu romance mais importante. Sua história se desenrola sobre a temática do cangaço nordestino, tendo como protagonista o Cabeleira, o chefe de um bando de cangaceiros assaltantes. O Cabeleira termina por largar o banditismo em favor de seu amor por Luizinha. Apresenta fortes traços de realismo por ser justo e fiel aos fatos e ao ambiente, no entanto permanece idealizador na questão sentimental, cuja idéia principal é que o amor quebra qualquer barreira.

 

Visconde de Taunay

Visconde de Taunay, o autor de "Inocência"

Outro importante autor da vertente regionalista do romantismo brasileiro, que tomou por cenário de suas narrativas a província de Mato Grosso. Sua obra caracteriza-se pela precisão de detalhes e pela descrição minuciosa da paisagem mato-grossense, abusando de detalhes sobre a flora, a fauna e o relevo do cerrado central do Brasil. Seus romances apresentam a habitual estrutura romântica linear e acessórios realistas. Caracterizados por estarem integrados à vertente sertanista, preocupando-se em retratar de forma rica e real o ambiente particular da região centro-oeste brasileira. Dentre as principais de obras de Visconde de Taunay estão:

  • Inocência - O romance tem como protagonistas a pura e ingênua Inocência, que é vendida pelo pai ao fazendeiro Manecão, e Cirino, um curandeiro que se finge de médico para ganhar a vida e que numa de suas "consultas" cura Inocência e entrega uma carta ao pai da moça, Seu Pereira. Inocência e Cirino se apaixonam, e a frágil moça se torna forte em nome de seu real amor, num de seus encontros amorosos o casal é descoberto o que leva Seu Pereira e Manecão a planejarem uma emboscada para Cirino. Cirino e Inocência terminam mortos. Visconde de Taunay inova por apresentar um desfecho infeliz com a morte dos dois protagonistas.

Manuel Antônio de Almeida

Manuel Antônio de Almeida.

O que melhor descreve a sua importância no romantismo brasileiro é o seu envolvimento com o romance de costumes. Sua obra procurou retratar os hábitos, a moda, o folclore e a religiosidade das classes populares do início do século XIX, desmascarando violentamente a baixa sociedade brasileira colonial, o que a torna singular dentre as obras românticas que procuraram tratar dos costumes e dos valores da alta sociedade imperial. Seu romance de costumes ironizava os padrões e normas românticos, criticava a desequilibrada baixa classe brasileira sarcasticamente e pôs em crise a idealização romântica devido ao fato de seus personagens serem malandros, cafajestes e praticamente marginais. Um dos principais traços da obra de Manuel Antônio de Almeida é o predomínio dohumor sobre o dramático, suas personagens eram caricaturizadas, com ênfase aos seu defeitos, os acontecimentos da trama desmentiam as aparências das personagens (o quebra mais um padrão romântico cujas obras apresentavam acontecimentos que validavam as aparências das personagens). Seu romance era Picaresco, relativo a picadeiro, ou seja, eram romances cômicos e tendiam ao patético, substituindo o dramático habitual do romantismo por um humor crítico e sagaz. Sua produção apresenta uma ausência da tragédia humana em função de quebrar mais um cacoete romântico. Caracteriza-se como autor precursor do realismo por sua objetividade e sua descrença nos valores sociais, destruindo assim, o caráter subjetivo e bajulador do romantismo. Apesar de toda essa quebra de valores, não só a sua localização temporal, mas também a presença da linearidade e a proteção dos valores burgueses, encaixam a sua obra dentro do romantismo brasileiro. Dentre as obras de Manuel Antônio de Almeida destaca-se:

  • Memórias de um Sargento de Milícias - Conta a história de Leonardo, um homem que conta as memórias de sua vida desgraçada. Filho de Leonardo Pataca e Maria das Hortaliças, Leonardo foi abandonado ainda criança por sua mãe, que fugiu com um marinheiro, e por seu pai que não o queria. Passou a viver com o padrinho que não tinha filhos e o criara com muita dedicação, encobrindo todas as suas travessuras. Era um menino insuportável. Mais tarde torna-se um boêmio arruaceiro, que quase sempre era preso e logo depois solto teve por um bom tempo o sargento Vidigal em sua cola. Devido a essa freqüência na cadeia, Leonardo cria amizades no meio militar e logo, por apadrinhamento, ganha a patente de sargento de milícias. Após ganhar tal cargo, decide-se casar para fazer jus à sua patente casa-se com Luisinha que estava recém viúva e foi o primeiro amor na sua adolescência. "Memórias de um Sargento de milícias" causou um grande impacto no público burguês, sendo lido principalmente por intelectuais da literatura da época e alcançando o ápice de sucesso após a morte de Manuel Antônio de Almeida em um naufrágio. A narrativa é linear, apesar de "começar pelo final", é farta de humor, e o núcleo principal caracteriza-se pela falta de classe e de valores.

Referências

  1. Ir para cima Introdução a técnicas de redação e literatura - "O Romantismo brasileiro", pgs.146-151. Editora Klick, São Paulo (1996).

Ver também